Os mesmos actores, a mesmíssima veia criativa de quem, lá para as bandas do Salão Nobre vive no mundo da fantasia, repleta de aventuras do faz de conta ou na versão mais moderna da venda de qualquer coisa, seja ela o que for, desde que se situe no Concelho.
Reconheço, ainda não chegaram tão longe, como podiam. Mas, ainda dispõem de mais uma hipótese, em 2013.
A lua que se cuide, que será a próxima. Esgotado que seja o Castelo de Silves.
Dizem alguns que as Fábricas do Tomate ou do Inglês se safam, mas por pouco. Apenas por ainda não terem sido compradas.
Mas, cuidado, lá chegaremos…
Ano após ano, somos sempre surpreendidos. Quando menos se espera, eis que surge uma ideia nova, embrulhada no vazio do virtual e …zás, passa de nível, investida que é em personagem principal num filme já gasto,
déjá vu mas sempre revisitado nestas alturas por quem por lá ainda manda.
2012, não podia fugir à regra.
Com a apresentação formal do Orçamento, o executivo permanente, limitado que está à Drª. Isabel Soares e ao Dr. Rogério Pinto, brindaram a Vereação com as suas ideias.
Não resisto a reter algumas.
Desde logo, foi inscrito a venda do Casino de Armação de Pêra, indicando-se a receita de € 3 964 880. (Vide rubrica 090301 do Orçamento).
O que me merece desde já, dois comentários.
Mesmo que a Srª. Presidente defenda haver comprador, e conforme disse, ser o mesmo que andou a namorar a Fábrica do Inglês, nunca consumando o enlace, nem nunca apresentou qualquer proposta.
Logo, para mim não existe.
Virtualmente falando a quantia de € 3 964 880, não passa disso, apenas servindo para equilibrar um Orçamento que em agonia reflecte 14 anos de despesismo.
Mas atenção, vamos, por alguns momentos admitir que existe o tal comprador que, pode não ter essa verba mas outra.
Se assim for, não ficará esta Vereação refém da venda de tão emblemático edifício, em concurso público que poderá não ter mais do que um concorrente?
Naturalmente que sim.
E, se assim for, não estará esta Vereação a afrontar a população de Armação de Pêra ao vender um edifico sem que tenha havido um debate prévio e profundo na Comunidade?
Com certeza que sim.
Sou claro. Não alinho neste filme.
Disse-o o hoje à Drª. Isabel Soares e ao Dr. Rogério Pinto. Não contem com o meu voto.
Como receita virtual, segue-se a venda dos apartamentos de habitação social aos arrendatários, com a verba previsível de € 2 266 855 (rubrica 090210).
Como já esgotei os comentários no ano passado, por aqui me fico.
Temos depois a receita proveniente do Plano de Pormenor da Praia Grande com € 2 807157 (rubrica 02020602) numa altura em que se iniciou os contactos com os proprietários e se avizinha a sentença num processo judicial que corre termos no Tribunal Administrativo e Fiscal de Loulé para anular a deliberação que aprovou o próprio Plano de Pormenor, é no mínimo , o que lhe quiserem chamar.
A segunda nota prende-se com
o castigo impingido ás Juntas de Freguesia com cortes da ordem dos 26% que comprometem a sua operacionalidade.
Mas
as Colectividades também não foram esquecidas. Estava a ser passada a ideia que iriam receber em 2012, no mínimo o mesmo do que no ano de 2011.
Puro engano. Questionei e ficamos todos a saber que na verba contemplada na proposta de Orçamento, está incluída sorrateiramente a parte do subsídio que não será pago no presente ano.
Ou seja, vão receber menos. Mas se assim é assumem-no e ás claras.
Termino assim, esta primeira abordagem do Orçamento com grande apreensão.
Aguardo assim o resultado do apelo que fizemos quanto ás receitas virtuais, revisão das transferências para as Juntas que permita o seu funcionamento e reconhecimento da importância e apoio das Colectividades do Concelho.
Da resposta dependerá o nosso voto.
Claro está, como já o tinha feito, repeti ao Executivo Permanente que podia contar com a nossa solidariedade na contenção da despesa que se impõe.