Nº Venda: 1120.2013.23
Ano Civil: 2013
Preço Base de Venda: € 1.898.820,00
Estado da Venda: Em Curso
Serviço de Finanças: Silves
Modalidade: Leilão Electrónico
Preço Base de Venda: € 1.898.820,00
Estado da Venda: Em Curso
Serviço de Finanças: Silves
Modalidade: Leilão Electrónico
Características:
Prédio urbano, sito na Rua Gregório Mascarenhas, Freguesia e
Concelho de Silves, destinado a Serviços, composto por onze divisões, denominado
Fábrica do Inglês, inscrito na matriz sob o artigo 8569, com a área total do
terreno de 5400 m2, área de implantação de 4130,8 m2, área bruta privativa de
3703,25 m2, área bruta de construção de 4795,45 m2 e área bruta dependente de
1092,2 m2, registado na Conservatória do Registo Predial de Silves sob o
nº 4595/19950306.
Nome dos Executados: FABRICA DO INGLES GESTAO EMPREENDIMENTOS IMOBILIARIOS E TURISTICOS SA
Fiel Depositário: FABRICA DO INGLES GESTAO EMPREENDIMENTOS IMOBILIARIOS E TURISTICOS SA
Mediador:
Local, prazo e horas para examinar o bem: 2013-05-03 às 11:00 a 2013-06-04 às 16:00
Data/hora limites para aceitaçao das propostas: 2013-06-05 às 11:00
Data/hora e local para abertura das propostas: SILVES, 2013-06-05 às 11:00
Excelentíssimo
Senhor Primeiro-Ministro
Assunto: pedido
de intervenção urgente, imediata e inadiável para a salvação do Museu da
Cortiça e a sua devolução aos Silvenses.
Excelência,
Pretendemos com esta carta,
alertar Vossa Excelência para uma situação que se arrasta já algum tempo,
relativa a um dos mais emblemáticos patrimónios histórico - culturais da cidade
de Silves, na medida em que se prespetiva um desfecho trágico.
O Museu da Cortiça da Fabrica
do Inglês foi inaugurado em 1999, após a recuperação e transformação da
centenária fábrica Aven, Sons & Barris num parque de cultura, animação e
lazer.
Em 2001 o Museu da Cortiça foi
distinguido com o prémio Luigi Michelett,
como o melhor museu industrial da Europa, recebendo nesse ano mais de 100 mil
visitantes.
O espaço museológico integra no
seu espólio maquinas corticeiras para transformação da cortiça únicas e um
arquivo documental que remota ao século XIX
e é considerado um dos mais importantes do mundo.
O
Museu da Cortiça é uma justa homenagem a uma cidade que foi um dos maiores centros
corticeiros de Portugal e contribui para reforço da identidade coletiva e para
a perpetuação da memória de toda a comunidade.
A ocupação muçulmana e a
indústria corticeira são os períodos de maior prosperidade da cidade de Silves,
referencias para todos os silvenses e representam uma fonte inesgotável de
orgulho, que urge preservar.
Entre o património e a
comunidade estabelece-se uma relação muito forte imbuída de sentimentos e
valores, onde passado, presente e futuro permitem a construção de uma identidade
que deve ser respeitada.
Encerrado e deixado ao abandono
há quatro anos o Museu da Cortiça irá no
próximo mês de Junho a hasta pública, de acordo com o anúncio no site da
Autoridade Fiscal e Aduaneira. Alerto assim, Vossa Excelência para o facto de
no interior do Museu permanecerem inúmeras peças, máquinas únicas no mundo e
outros equipamentos que remontam ao período em que Silves era a capital
nacional da indústria corticeira, que a concretizar-se a venda, correm o risco
daí serem retiradas e perdidas.
Estamos
por isso na eminência de perder um património único na região, a memória de uma
comunidade, que no passado lutou pela sua dignidade e liberdade e que hoje se
pode ver privada de um dos maiores símbolos da sua história.
A história é o que dá vida à
memória.
A memória constitui um fator de
identificação humana.
Um povo sem memória e sem
história é um povo sem identidade.
Ao Estado se reconhece a tarefa
de preservar e valorizar o Património cultural de um povo.
O executivo permanente da
autarquia, eleito para defender os interesses da população, têm deixado
arrastar todo este processo, tentando passar a imagem, de quem nada tem a ver
com a situação, quando todos nós Silvenses, sabemos que não é verdade.
Encontrar soluções, requer
vontade, empenho, dedicação, e não desinteresse passividade, displicência.
Viver a sua terra com orgulho
do seu passado é porventura algo inatingível para quem não reconhece nos atos a
grandeza que o rodeia.
Porque
estamos fartos de esperar.
Porque nos
orgulhamos da nossa história, das nossas memórias, da nossa identidade.
Porque os
nossos avós, pais, parentes ou simplesmente amigos, lutaram por esta cidade.
Porque
pelo
seu trabalho, luta e dedicação merecem que a sua memória será preservada.
Porque um
Museu é a história de pessoas, famílias e comunidades.
Porque
é tempo de agir.
Vimos por este meio solicitar a intervenção
imediata de Vossa Excelência no sentido de encontrar uma solução que defenda os
interesses de todos os Silvenses e que, de uma vez por todas afastando o espectro do seu desaparecimento, permita a
sua reabertura e a sua devolução à Cidade e ao Concelho.
Na expectativa das suas
preciosas notícias, tendentes a assegurar a preservação da memória de uma
comunidade, apresento a Vossa Excelência os meus melhores cumprimentos.
Atenciosamente
Silves, 05 de Abril de 2013.
Fernando
Serpa Vereador não Permanente na Câmara Municipal de Silves.
Com conhecimento aos Partidos
Políticos com assento na Assembleia da República e à Exmª. Senhor Directora
Regional da Cultura.
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