Dia Internacional de Monumentos e sítios, alegremente vivido em Silves.

Neste dia festivo, nada melhor do que visitar alguns dos monumentos mais significativos do Concelho, pensei. Fui pois à aventura.
Não pude ir a todos, como compreenderão. O concelho é enorme, com muito para visitar e aprender...mas fiz o meu melhor.
Nem me desmotivei ao encontrar o primeiro encerrado, continuei, sempre na esperança de que o próximo seria diferente...alguém lá estaria para me receber. Chovia a cântaros ...mas isso em nada era impeditivo para este destemido caminhante.
Importava, era comemorar o evento. Usufruir do que melhor temos em Silves: a cultura e o património.
Comecei em Silves, pelo antigo matadouro. Talvez, por ter sido fundador do Celas, este espaço diz-me muito. Vi, um edifico bonito, construindo com fundos comunitários... um espaço com acesso limitado aos amigos de quem manda na Câmara e incompreensivelmente vedado a quem desejou e tornou real o sonho. Apercebi-me também que, por ali não há bom senso, e se deixa arrastar processo judiciais em claro prejuízo para a Cidade...
Passei pelo Teatro Mascarenhas Gregório, o tal que foi inaugurado há anos em vésperas de eleições,graças à intervenção do gerador e se descobriu há dias que a instalação eléctrica tem de ser refeita. Brilhante ideia que permite poupar na conta da EDP,ainda mais por estar encerrado.
Seguiu-se a Cruz de Portugal que estava a ser massajada pela intensidade da chuva que caía. Coitada, nem clamava. Pelo contrário, até aparentava gostar.Estranho!!!
Não fui ao Museu da Cortiça pelas razões já vossas conhecidas.
Vim para Messines, vi a casa da Poetisa Maria Antonieta Judice Barbosa a degradar-se, não obstante as promessas de recuperação, a casa onde nasceu o Poeta João de Deus à espera de ser comprada...Subi um pouco para chegar ao Museu do Traje. Aquele que ninguém frequenta por estar mal localizado e sinalizado. Dizem as mais línguas que é um Museu fantasma, mas não acreditem em tudo o que ouvem.
Pensava passar por Armação de Pêra, mas telefonaram-me a tempo, pedindo-me que não fosse, não valia a pena ir. Estava tudo fechado.
Se me perguntarem se gostei desta caminhada, naturalmente direi que não.
Fiquei desolado, com uma triste sensação de vazio, de desalento.
Então quem manda na Câmara, organiza festas, festinhas e romarias, em grande estilo de passeatas, e esquece-se do mais importante, preservar o património, dinamizando a nossa cultura, envolvendo a comunidade...
Não gostei. Acreditem. Tentei logo denunciar a situação a quem de Direito mas também aí esbarrei no improvável. Ninguém respondia, ninguém se responsabilizava, até a Chefe de Divisão da Cultura se tinha demitido ou foi demitida por incompatibilidades com a Vereadora do pelouro,segundo me disseram. Será mesmo verdade?
Desespero total.
Rien ne vas plus a Silves.O que virá seguir, nem os deuses se atrevem a fazer previsões...eles lá sabem porquê.