Como Advogado, tenho o hábito já enraizado de respeitar quem pensa de maneira diferente. Aliás, reparem que, em todas as lides, há sempre um Colega que patrocina interesses antagónicos. Nem sempre é fácil, reconheço mas, felizmente tenho conseguido defender a minha Dama, de forma civilizada, separando os interesses em jogo dos princípios que nos devem nortear.
Acusar-me de informar os Silvense, que descaramento.Vem tudo isto a propósito das críticas que tenho sido alvo por parte de alguns Silvenses. Respeito os argumentos utilizados mas lamento não os acompanhar.
Desde logo, sou acusado em ter "
procedido á revelação dos pormenores financeiros das dificuldades em que vive a Fábrica" ( Dr. Manuel Ramos), ou "
por o assunto ter passado para a comunicação social", na indignação do Vereador Rogério Pinto.
Sinceramente, então queriam que um assunto tão importante, com influência directa na Vida das pessoas, atendendo aos recursos financeiros em causa, fosse decidido na frieza do Salão Nobre, como em tantos outros processos tal tem acontecido...
Já agora, se for esse o caso, assumam...
Se a estratégia do silenciar era a patrocinada por alguns, fiquem sabendo que comigo não conseguem, não se iludem, nem tentem...
Os Silvense têm o Direito à informação, não quando o Executivo Permanente decidir recomeçar a publicação das actas, mas hoje e agora, atempadamente para a Sociedade Civil poder manifestar-se e intervir na gestão da coisa pública.
Divulguei, e voltarei a fazê-lo, sempre. Acusar-me de maldosamente ter criado dificuldades á Fábrica. Um absurdo.Vamos lá ver se nos entendemos, que eu saiba a situação caótica da Fábrica não é de hoje. Já se arrasta a alguns anos, certo? Ora se assim, é qual a razão de não ter sido tornada pública há mais tempo? Entre muitas respostas possíveis, encontro uma: a Administração pretendia vender o empreendimento a um grupo de Irlandeses por 20 milhões de euros. Infelizmente, o negócio não se concretizou.
Admitamos, no entanto, a hipótese contrária - a venda do empreendimento. Se tal fosse o caso, alguém acredita que parte dessa quantia teria outro destino que não os accionistas e os credores bancários. Dito por outras palavras, algum desse dinheiro seria doado à Autarquia, para as suas obras de assistência social?
E, qual seria o destino do Museu?
Disso, ninguém fala...
A importância do Museu para as gerações vindouras. Naturalmente, estou preocupado com a situação do Museu e da Fábrica.
Por isso, sejamos claros. Este assunto é delicado. Merece um tratamento rigoroso e elevado.
Está em jogo grande parte da nossa memória colectiva que importa preservar. O espaço em causa, situa-se numa zona nobre da Cidade e seguramente os silvenses ainda não se esqueceram do que lá havia num passado recente.
Num passado recente e num futuro próximo, acrescento eu se, todos nós, não formos suficientemente criativos e responsáveis.
Mas não a qualquer preço nem de qualquer forma. Com dinheiros públicos não se brincaEntão, queriam que eu na qualidade de Vereador, autorizasse o pagamento de € 12500 mensais, durante seis meses a uma Entidade privada, sem que houvesse um parecer jurídico quanto ao protocolo? Sem que ponderasse o que poderia acontecer quando já tivéssemos despendido € 70 000, ou esquecer-me do facto da Autarquia também ser accionista da Fábrica. Questões menores para os meus críticos, não para mim.
Daí, ter sugerido que o assunto também fosse discutido em sede da Assembleia Municipal, uma vez que este órgão fiscaliza a actuação da Câmara.
O Bom senso assim aconselha e a Lei o determina.Porém, reparem que, não obstante as minhas propostas terem sido aprovadas por unanimidade, ainda nenhuma delas conheceu a luz do dia. Porque será?
Referendo como arma para levar a Sociedade Civil a interessar-se pelo assunto.Vamos ao referendo. A posposta foi feita em desespero de causa, quando nos apercebemos, no calor da discussão que, o Executivo Permanente pretendia uma solução rápida, barata...e sem informar os Munícipes.
O que para nós é um autêntico sacrilégio. A proposta do referendo foi pensada apenas com essa intenção, nada mais. Se me convencerem que os Silvenses estão informados, garanto-vos que não hesitarei em retirá-la pois a dita seria desnecessária.
Quem me conhece, sabe que sempre assumi as minhas responsabilidades. Voto em consciência, e neste caso voltarei a fazê-lo.
Estratégia do indispensável, também conhecida pela transformação da Fissul em armazém, desviando algumas iniciativas para a Fábrica.Vejam bem ao que chegamos.
Leva-se um ano a preparar a Feira dos Saldos, esquece-se a importância de voltar a organizar o evento onde os consumidores já se habituaram a ir, inventa-se uma ocupação do local, apregoa-se dificuldades logísticas, infelizmente desmentidas pelas fotografias que tirei, vende-se a ilusão de querer parecer que o fruto é indispensável a tudo e a todos, brinca-se ao poder, não interessa se alguém sai prejudicado, nem se dá cavaco a ninguém, decide-se à revelia do grupo, para dar um ar de que se manda em qualquer coisa, e zás...lá estamos na Fábrica.
Se o executivo permanente pretende levar definitivamente a Feira dos Saldos para a Fábrica que o diga abertamente, sem subtilezas, assumindo a proposta.
A resposta do PS será sempre construtiva pois para nós o importante é não se perder mais uma iniciativa na Cidade de Silves.Por isso, meus Senhores, deixem-se dessas estratégias... Peço-vos que assumem o que pretendem. Não usem a Feira dos Saldos para outros objectivos, a População espera e merece mais de vós.
Se pretendem transformar a Fissul em Armazém, proponham...
Se pretendem desviar os eventos da Fissul para a Fábrica, assumam.
A Estória do tachoFinalmente, guardei para último
a estória do "tacho". Merece ser reproduzido, uma pequena parte do oficio, datado de 03-12-2009, enviado pela Fábrica á Câmara. A certo ponto aí se refere que a verba de € 750 mensal paga ao Director do Museu "
por vontade do próprio face ás dificuldades tem o seu pagamento suspenso".Não compreendo. Para quem apregoa o seu voluntariado, faça favor, seja coerente, renuncie ao pagamento, não fique pela suspensão...