sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Qual o papel da Câmara Municipal na Salvação da Fábrica do Inglês.

Como Advogado, tenho o hábito já enraizado de respeitar quem pensa de maneira diferente. Aliás, reparem que, em todas as lides, há sempre um Colega que patrocina interesses antagónicos. Nem sempre é fácil, reconheço mas, felizmente tenho conseguido defender a minha Dama, de forma civilizada, separando os interesses em jogo dos princípios que nos devem nortear.

Acusar-me de informar os Silvense, que descaramento.
Vem tudo isto a propósito das críticas que tenho sido alvo por parte de alguns Silvenses. Respeito os argumentos utilizados mas lamento não os acompanhar.
Desde logo, sou acusado em ter "procedido á revelação dos pormenores financeiros das dificuldades em que vive a Fábrica" ( Dr. Manuel Ramos), ou "por o assunto ter passado para a comunicação social", na indignação do Vereador Rogério Pinto.
Sinceramente, então queriam que um assunto tão importante, com influência directa na Vida das pessoas, atendendo aos recursos financeiros em causa, fosse decidido na frieza do Salão Nobre, como em tantos outros processos tal tem acontecido...
Já agora, se for esse o caso, assumam...
Se a estratégia do silenciar era a patrocinada por alguns, fiquem sabendo que comigo não conseguem, não se iludem, nem tentem...
Os Silvense têm o Direito à informação, não quando o Executivo Permanente decidir recomeçar a publicação das actas, mas hoje e agora, atempadamente para a Sociedade Civil poder manifestar-se e intervir na gestão da coisa pública.
Divulguei, e voltarei a fazê-lo, sempre.

Acusar-me de maldosamente ter criado dificuldades á Fábrica. Um absurdo.
Vamos lá ver se nos entendemos, que eu saiba a situação caótica da Fábrica não é de hoje. Já se arrasta a alguns anos, certo? Ora se assim, é qual a razão de não ter sido tornada pública há mais tempo? Entre muitas respostas possíveis, encontro uma: a Administração pretendia vender o empreendimento a um grupo de Irlandeses por 20 milhões de euros. Infelizmente, o negócio não se concretizou.
Admitamos, no entanto, a hipótese contrária - a venda do empreendimento. Se tal fosse o caso, alguém acredita que parte dessa quantia teria outro destino que não os accionistas e os credores bancários. Dito por outras palavras, algum desse dinheiro seria doado à Autarquia, para as suas obras de assistência social?
E, qual seria o destino do Museu?
Disso, ninguém fala...

A importância do Museu para as gerações vindouras.
Naturalmente, estou preocupado com a situação do Museu e da Fábrica.
Por isso, sejamos claros. Este assunto é delicado. Merece um tratamento rigoroso e elevado.
Está em jogo grande parte da nossa memória colectiva que importa preservar.
O espaço em causa, situa-se numa zona nobre da Cidade e seguramente os silvenses ainda não se esqueceram do que lá havia num passado recente.
Num passado recente e num futuro próximo, acrescento eu se, todos nós, não formos suficientemente criativos e responsáveis.
Mas não a qualquer preço nem de qualquer forma.

Com dinheiros públicos não se brinca
Então, queriam que eu na qualidade de Vereador, autorizasse o pagamento de € 12500 mensais, durante seis meses a uma Entidade privada, sem que houvesse um parecer jurídico quanto ao protocolo? Sem que ponderasse o que poderia acontecer quando já tivéssemos despendido € 70 000, ou esquecer-me do facto da Autarquia também ser accionista da Fábrica. Questões menores para os meus críticos, não para mim.
Daí, ter sugerido que o assunto também fosse discutido em sede da Assembleia Municipal, uma vez que este órgão fiscaliza a actuação da Câmara. O Bom senso assim aconselha e a Lei o determina.Porém, reparem que, não obstante as minhas propostas terem sido aprovadas por unanimidade, ainda nenhuma delas conheceu a luz do dia. Porque será?

Referendo como arma para levar a Sociedade Civil a interessar-se pelo assunto.
Vamos ao referendo. A posposta foi feita em desespero de causa, quando nos apercebemos, no calor da discussão que, o Executivo Permanente pretendia uma solução rápida, barata...e sem informar os Munícipes.
O que para nós é um autêntico sacrilégio. A proposta do referendo foi pensada apenas com essa intenção, nada mais. Se me convencerem que os Silvenses estão informados, garanto-vos que não hesitarei em retirá-la pois a dita seria desnecessária.
Quem me conhece, sabe que sempre assumi as minhas responsabilidades. Voto em consciência, e neste caso voltarei a fazê-lo.

Estratégia do indispensável, também conhecida pela transformação da Fissul em armazém, desviando algumas iniciativas para a Fábrica.
Vejam bem ao que chegamos.
Leva-se um ano a preparar a Feira dos Saldos, esquece-se a importância de voltar a organizar o evento onde os consumidores já se habituaram a ir, inventa-se uma ocupação do local, apregoa-se dificuldades logísticas, infelizmente desmentidas pelas fotografias que tirei, vende-se a ilusão de querer parecer que o fruto é indispensável a tudo e a todos, brinca-se ao poder, não interessa se alguém sai prejudicado, nem se dá cavaco a ninguém, decide-se à revelia do grupo, para dar um ar de que se manda em qualquer coisa, e zás...lá estamos na Fábrica.
Se o executivo permanente pretende levar definitivamente a Feira dos Saldos para a Fábrica que o diga abertamente, sem subtilezas, assumindo a proposta.
A resposta do PS será sempre construtiva pois para nós o importante é não se perder mais uma iniciativa na Cidade de Silves.
Por isso, meus Senhores, deixem-se dessas estratégias... Peço-vos que assumem o que pretendem. Não usem a Feira dos Saldos para outros objectivos, a População espera e merece mais de vós.
Se pretendem transformar a Fissul em Armazém, proponham...
Se pretendem desviar os eventos da Fissul para a Fábrica, assumam.

A Estória do tacho
Finalmente, guardei para último a estória do "tacho". Merece ser reproduzido, uma pequena parte do oficio, datado de 03-12-2009, enviado pela Fábrica á Câmara. A certo ponto aí se refere que a verba de € 750 mensal paga ao Director do Museu " por vontade do próprio face ás dificuldades tem o seu pagamento suspenso".
Não compreendo. Para quem apregoa o seu voluntariado, faça favor, seja coerente, renuncie ao pagamento, não fique pela suspensão...

8 comentários:

  1. Está a fazer muito bem o seu papel, transparencia é o que o povo precisa. O Licenciado Manuel Ramos, só tem que respeitar a sua função......quando toca a nós tambem doi em lic. Manuel . Continuo, que está a faze-lo muito bem, não votei no ps, mas estou admira-lo bastante pelas suas iniciativas. Bom fim-de-semana.

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  2. Não sabe o dr. Manuel Ramos quem criou dificuldades à Fábrica?
    Talvez os envolvidos no projecto,não?
    O dr. Serpa, quando muito, está a criar dificuldades ao secretismo com que estão habituados a governar.Então e a transparência?
    Continue dr. Serpa,pelo andar da carruagem o dr. Manuel Ramos ainda vai votar vestido de laranja,pelo museu,por Silves,claro!

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  3. Terá o dr. Manuel Ramos sido apanhado de surpresa ?
    Talvez o sr. não imaginasse que a Fábrica estava em tão complicada situação,pode estar em estado de choque,o homem não diz "coisa com coisa ",então o povo não tem de se manifestar em relação a este assunto, porquê?
    Para o povo é tudo muito simples,quando não há dinheiro não há comida,não há saude ,não há cultura,não há nada!
    Está visto que se a informação sobre o assunto em questão passar,a resposta do povo é...

    A C.M.S. que não tem um tostão ,tem de compactuar com este tipo de "falcatruas",porquê?

    Ora esta brincadeira,que não tem geito de coisa séria,ter a defesa do dr. Manuel Ramos,um sr. que parecia ou fazia por parecer ,já nem sei,defender a transparência,é estranho...

    De qualquer forma,tudo indica que esses pagamentos,à Fábrica, vão começar a ser feitos,mesmo contra a vontade de quase todos,a transferência da feira dos saldos é o primeiro passo de mais um caminho de vergonha.

    Mas o dr. Manuel Ramos sabe tão bem como eu que este pessoal não tem vergonha,não tem principios,não respeita regras,não se compadece de quem passa menos bem,eles pisam, manipulam,mentem com descaramento,riem-se do sofrimento que provocam ,brincam com assuntos sérios......
    Se sabe isto tudo,o que estará a confundir o homem?

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  4. Ainda HÁ de aparecer alguém nesse executivo que saiba ler e escrever em Português e sem erros, mas não serão estes senhores! Letrados e iletrados À parte, fica a minha opinião de comerciante:
    Se alguma vez o meu negócio estiver falido, oxalá nunca aconteça, posso contar convosco para me "comprarem" o calote? Garanto-vos que tenho algumas peças dignas de museu!
    Cambada de comunistas incompetentes!

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  5. Quando faltam os argumentos escudam-se na grafia, quando não se tem ideias rotulam-se as pessoas, é muito facil atirar pedras ao ar quando os destinatários são os outros a situação da suspensão do vencimento é gira, o dito da senhora Teresa Cabrita, comerciante previsivelmente com um calote a rebentar... palvaras dela inferência minha é fantastica... " cambada de comunistas incompetentes" pobre Drª Isabel Soares, já chegou o dia em que a apelidam de incompetente, perdão comunista :) e já agora dona teresa cabrita "Há de" para si também

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  6. É curioso verificar que a presidente se afasta do problema, como o gato escaldado se afasta da da água fria.
    Será por pudor, será por relutância?
    Começo a ter pena da senhora.
    Intrometido

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  7. Chamo a atenção de todos, em nome da Verdade,para o facto da Presidente se ter declara impedida e não ter intervido nas reuniões de Câmara, sempre que este assunto é tratado.

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  8. Dr. Serpa, tenho para mim que o impedimento é por pudor, visto que este é um sentimento de vergonha que é produzido por tudo o que é contrário aos bons princípios e ao cumprimento das boas regras.
    Continuo a ter imensa pena da senhora.
    Não amoleça nem se deixe embalar.
    Silves agradece.
    Força.Um abraço amigo.

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