segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Último Orçamento da CMS da era Isabel Soares/Rogério Pinto passa com votos a favor do PSD, abstenção do PS, e contra da CDU.Declaração de voto da Vereação socialista


“A verdade, como o azeite vem sempre ao de cima”.
Ao longo de todos estes anos de gestão Isabel Soares/ Rogério Pinto, o PS tem vindo a reclamar por um orçamento com receitas realistas. Sempre o Executivo Permanente veio com o argumento de que não era possível desinflacionar o Orçamento.
Bastou que o Sr. Vice-Presidente passasse a Presidente para que os valores do Orçamento se reduzissem em 10 Milhões de Euros comparando com os do ano passado.
Afinal é possível. E curioso, até com as pessoas da mesma equipa!
O PS sempre teve razão.
Mas temos que perguntar: Se o actual Presidente foi Vice-presidente ao longo de todos estes anos, porque motivo não se fez ouvir e sempre foi cúmplice do “não ser possível” quando ele próprio agora demonstrou que era?
É verdade que esta proposta de orçamento ainda está empolada em cerca de 6 milhões de Euros, mas, há que reconhecer, já se aproxima da realidade.
Houve contenção na imaginação. Desta vez não foram tão longe. Deixaram de fora a venda do casino, e a Herdade do Bom Homem.
Porém, não resistiu. Não resistiram à tentação.
Continuam a defender a venda dos imóveis camarários aos seus arrendatários, ainda por cima num ano de crise.
Nessa rubrica, mais do que irreal, constam uns “insignificantes” € 4 436 384, que somado á expectativa alaranjada de 2013 ser um excelente ano de construção no Concelho de Silves, sobem a fasquia, comparativamente às verbas cobradas á data de 07-Dez-2012, que foi de € 117 230, 25, para € 1 289 137( loteamento e obras)
E, recorrendo à outra rubrica de loteamento e obras (taxas) em que a máquina de fazer dinheiro da gestão Isabel Soares/ Rogério Pinto também dá um ar da sua graça, temos uma receita virtual ( imaginária ) a rondar os € 6 1 63 320.
Continuando a olhar para esta proposta de orçamento para 2013 e depois do referido quanto à sua aproximação ao realizável, verifica-se que a opção política continua na mesma linha que nos habituou desde 2009. Havendo necessidade de cortar nas despesas, corta no investimento em lugar de cortar no funcionamento. É uma opção política ou questão de competência na gestão?
Refira-se que na discussão do orçamento, apresentamos propostas que pensamos poder enriquecer o documento que enquadrará a nossa vida comunitária no próximo ano, indo de encontro aos terríveis desafios que se avizinham, num concelho tão marcado pelo flagelo do desemprego.
Propusemos um reforço da Acção Social, incidindo particularmente no apoio alimentar às nossas crianças, com o reforço do pequeno-almoço e do lanche.
Por razões óbvias, mais do que evidentes.
Exigimos a reintrodução da rubrica “ Bolsas de Estudo” que incompreensivelmente foi retirada do Orçamento, numa altura em que as Famílias têm dificuldade em manter os seus Filhos a estudar, apetrechando-a com uma verba que permita corresponder aos novos desafios do presente.
Defendemos o apoio às Colectividades do Concelho que, com excepção das Associações dos Bombeiros, e pouco mais, passou ao lado de quem ainda manda na Câmara. Apoio este que, em muito casos, permite a sua sobrevivência.
Exigimos o mesmo tratamento para o Arraial do Petisco de Pêra, Feira dos Frutos secos de Alcantarilha, Semana Gastronómica de São Bartolomeu de Messines, Feira do Folar de São Marcos da Serra, que é dado ao Festival da Caldeirada, uma vez que só este mereceu honras de ser levado ao Orçamento; pois pensamos que estas iniciativas contribuem para a animação do tecido económico local e a divulgação das Freguesias, com a atracção do turismo regional.
Ora, pese embora o Orçamento continuar desfasado da realidade, com receitas virtuais e imaginárias, o Executivo Permanente aceitou algumas das nossas propostas.
Por tal facto, e considerando também o momento que se vive, bem como os terríveis desafios que nos esperam no ano que se avizinha, em que não pode haver desculpas para não se fazer o que tem de ser feito, a Vereação Socialista decidiu abster-se na votação do orçamento, disponibilizando-se desde já a colaborar em tudo o que for solicitado na sua execução, desde que contribua para melhorar as condições de vida dos Silvenses.
Finalizamos, constatando que se espera um aumento significativo para as receitas provenientes do IMI em 2013. Avizinha-se um recorde.
Aliás, retenha-se que á data de 07-12-2012 a Câmara Municipal de Silves já tinha arrecadado a quantia de € 6 255 806, 32 quando em sede do Orçamento de 2012 previu € 5 962 713.
E, com as novas avaliações matriciais em curso, os ditos valores atingirão patamares muito superiores.
Esperamos assim, e desejamos que tais verbas sejam bem utilizadas, tendo como destinatário os Munícipes.
Queremos também deixar claro ao Sr. Presidente da Câmara Municipal de Silves e à sua Vereação Permanente que muito embora, como medida de apoio à recuperação dos estragos provocados pelo tornado do passado dia 16 Novembro, o Governo tenha libertado o município de Silves dos limites de endividamento tal não poderá servir para o esbanjamento a que se habituaram ao longo destes anos.
Silves, 14 Dezembro 2012
A Vereação Socialista.

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