quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Receitas Camarárias: em queda.












Na passada reunião camarária, fomos surpreendidos pela dureza dos números. Sinceramente, confesso. Não suspeitava que a situação fosse tão grave. Falava-se em quebra de receitas em sede do IMI e do IMT (antiga Sisa) mas não suspeitava que tivéssemos uma situação tão preocupante. Tomando como ponto de referência o dia 31 de Agosto deste ano, comparativamente ao mesmo dia do ano passado, deparamos com uma diminuição de receitas que perfaz a quantia de € 1 999 329,43.
Leram bem, os cofres camarários sofreram um rombo de dois milhões de euros, sendo a quebra mais significativa em sede do IMI menos € 386 455,18, do IMT menos € 1 293 524,77 e da Sisa menos € 292 642,90.
Como sabemos, a tendência é para piorar até ao fim do ano. Por isso, sejamos intelectualmente sérios. Perante as dificuldades que atravessamos, temos de assumir as nossas responsabilidades. E, sou claro, para mim, na política, não vale tudo. Quem pensou que a Vereação do PS iria enveredar pelo caminho mais fácil. Enganou-se.
Bem sei que, dentro do meu partido, estou a ser criticado por alguns, mas desculpem, não alinho em jogos do deita abaixo. Fui eleito para agir em consciência e norteado por princípios em que acredito e nisso, estamos entendidos, não abdico, nem sou influenciável. Não combato, nem combaterei a Presidente da Câmara, pelo prazer de lhe complicar a gestão. Não alinho nesses esquemas doentios.
Se esperavam que, por mera estratégia política, iríamos dificultar a gerência de quem ganhou as eleições há menos de uma ano, desculpem, falharam nas previsões.
O nosso sentido de responsabilidade levou-nos a viabilizar, a titulo excepcional porque é disso que se trata, a proposta do executivo permanente. A autarquia tem de ter receitas que permitam o funcionamento dos serviços e a execução de obras.
Pesou assim, na nossa decisão os compromissos assumidos pela Autarquia perante os Fornecedores/ Credores e junto dos seus Funcionários em relação aos quais importa assegurar o pagamento dos respectivos ordenados.
Não foi fácil. Ainda mais para quem é averso a aumento de impostos.
Porém, tivemos o cuidado de não passar um cheque em branco ao atacar o despesismo na Câmara Municipal.
Somos claros. Não aceitamos esta política de festas, festinhas e agora na versão mais moderna, de Ópera que tem vindo a ser seguida. Não temos dinheiro para tanto folclore quando a população se debate com carências de primeira necessidade. Importa pois, inverter as prioridades da Autarquia.
Nesse sentido, apresentei em nome da Vereação Socialista a seguinte proposta de contenção de despesas que foi aprovada por unanimidade:
“Considerando a situação económica do nosso Concelho, com a diminuição significativa de receitas camarárias, nomeadamente a nível do IMI e do IMT. que representa menos meios monetários ao dispor da Autarquia.
Propõe-se que, com carácter urgente, cada Divisão elabore um plano de contenção de despesas, com a indicação das despesas e montantes que prevê poupar.
O que deverá ser apresentado na próxima reunião camarária”

Desafiei ainda quem manda na Câmara a apresentar um orçamento de rigor para o próximo ano, que contemplasse uma redução significativa nas despesas. Daí dependerá, seguramente, o sentido de voto da Vereação Socialista.
A proposta aprovada, com os votos favoráveis do PSD, abstenção do PS e contra da CDU versa as seguintes taxas:
- Prédios urbanos: 0,7%
- Prédios urbanos avaliados nos termos do CIMI: 0,4%
- Prédios rústicos: 0,8%.

7 comentários:

  1. Então e os 63 ainda vão ser contratados?

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  2. Ai não há?

    Então não queriam ainda há pouco tempo comprar a Fábrica do Tomate? E contratar mais 63 funcionários?

    Então não têm e pagam serviços jurídicos externos? E festas...

    Quem não tem dinheiro não tem vícios.

    O PS que não venha agora colocar-se como o salvador da CM, não o é!! Quando deixa passar uma proposta como o aumento do IMI, está sim a ser conivente com uma gestão danosa que assenta num desgoverno completamente absurdo.

    Qualquer dona de casa bem governada, faria melhor do que têm feito os actuais orgãos de gestão do municipio.

    Não me enganarei muito se, o PS e você em particular vierem a pagar nas urnas o que fizeram.

    O que lhes vale é que o Povão tem memória curta e muitos nem sequer sabem o que é isso de IMI...

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  3. A haver aumento do IMI, isso irá reflectir-se no Orçamento de 2011.
    Sendo assim, e nesse sentido, importa aguardar a proposta do PSD, para saber se de facto,nos apresentarão um orçamento de rigor.
    Mas, há um aspecto que importa reter, o lado de lá, também é responsável. Não são loucos, e gostam da nossa terra, tanto como eu.
    Por isso, sejamos sérios...

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  4. Porque não te mudas de vez "para o lado de lá" e tiras a máscara?

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  5. Exª Senhor
    Drº Fernando Serpa

    Não entendo esse seu post. E principalmente a sua postura.
    Vejamos quando na apresentação no relatório de contas de em 2009, referente ao exercício de 2008 mostrava que a Câmara não cumpria o que tinha orçamentado.
    Quando na discussão do orçamento de 2010, os partidos e o PS mostrar que os valores eram fictícios e que as metas orçamentais eram pura demagogia tendo o PS optado pela abstenção sob pena de a Câmara viver em duodecénios .
    Quando toda as pessoas sabiam que a crise ainda estava no inicio e que as receitas ainda ia baixar em todos os departamentos do estado, autarquias institutos e ministérios, etc.
    Quando se sabe que a Câmara está a gastar mais em festas e festarolas do que arrecadava nas receitas em termos de IMI, IMT,etc.
    qualquer empresa sabe quando provoca um aumento no preço de um produto não essencial que a classe pobre ainda compra, há uma ligeira quebra na receita dessa empresa.
    Quando qualquer pessoa sabe que um aumento de impostos ou taxa provoca um decréscimo da receita das empresas e estas tem tendência para fugir para onde as condições mais favoráveis.

    Afinal a classe politica no concelho o que anda cá a fazer , se não sabe o básico de gestão e de equilíbrio de finanças.

    Drº Fernando Serpa
    Por favor seja sincero e diga aos seus eleitores?
    Se na sua profissão aumenta os seus honorários o que acontece aos seus clientes?
    Se a receita no seu escritório diminuir vai contratar mais colaboradores, vais deixar os computadores ou o ar condicionado ligados a noite inteira?
    Se na sua casa a disponibilidade monetária está em quebra, continua a comprar bens de luxo ou até mesmo bijutarias ou a ir de férias para sítios caros ou até mesmo comer em restaurantes mais vezes por fora?

    Peço desculpa pela perguntas mas só somos bons gestores do dinheiro dos outros se sermos bons nos nossos.

    Com os melhores cumprimentos
    Joaquim Santos

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  6. Muito fácil.
    A Camara não tem dinheiro.... mas que novidade.Ainda há pouco queriam comprar fábricas...
    Devem aprovar os projectos que crescem como cogumelos nos diversos gabinetes dos Exmos arquitectos, há alguns que levam 3 ...sim três anos para aprovar. Movam-se e verão as receitas a entrar. O tempo fácil que eram as entradas do IMT acabou...meus Senhores, toca a dar despacho, e verão o dinheiro a entrar, mas isso dá trabalho, pois é!! tinha-me esquecido.
    Boa noite a todos, que amanhã é dia de trabalho para mim.

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  7. Têm paciencia , nada já nos espanta !

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