A pedido de alguns, segue a transcrição da acta referente á primeira reunião camarária de Dezembro de 2009:
Seguidamente deu-se início Reunião com a Alicoop.
O Dr. José António Silva tomou a palavra dizendo que “a Alicoop foi o maior grupo económico do Algarve com decadência nos últimos três ou quatro anos. Também nessa altura havia poucos hipermercados e era claro que o Algarve não tinha capacidade para muitos mais. Isto era o que se pensava à 10/15 anos, mas eu não partilhava dessa ideia. Hoje temos cerca de 80 empresas de distribuição a nível do Algarve.
A oferta de grandes superfícies por 1000/habitantes é, em Portimão, 6% maior do que a média europeia. A janela horária é 20% maior do que a média europeia e com menos 70% poder de compra em relação à Europa. Logo a rentabilidade dos espaços comerciais cai abruptamente.
Nestes últimos 30 anos, a Alicoop, distribuía um bónus no final de cada ano.
Para a sua renovação e, atendendo à sua natureza corporativa, não vai pedir aos sócios e a banca não empresta ao sector de distribuição, que está em decadência. O sector financeiro também não apoia.
A partir de 2005 tentámos renegociar com a banca. Em 2008, ainda conseguimos amortizar 9 milhões de euros de encargos a bancos e 3,5 milhões de euros de encargos financeiros. Mas não era possível continuar este esforço financeiro e tentei junto da banca renegociar a nossa posição, tendo havido alguma abertura nesse sentido.
A nossa parceria com Angola não correu bem, uma vez que se instalou a grave crise que actualmente atravessámos e a reestruturação era inevitável, e isso que foi transmitido aos bancos.
O apoio dos bancos começou a vir a conta-gotas, sempre atrasado e, como tal, a situação foi-se degradando.
A 25 de Fevereiro de 2009 tive uma reunião no Ministério do Trabalho e com os representantes do BCP (Banco Comercial Português) e da CGD (Caixa Geral de Depósitos), porque precisávamos de pagar os ordenados e precisávamos do apoio.
Os bancos acederam mas queriam saber se a empresa tinha viabilidade. Os bancos concordaram contratar a Diloite para fazer um estudo entre Maio e Setembro, para saber se a empresa era viável e se nós conseguimos continuar a apoiar. O estudo foi favorável e os 700 mil euros foram disponibilizados só a partir dessa altura, para o pagamento dos ordenados.
Foi encomendado à Diloite depois um novo estudo para o caso da empresa fechar. O estudo foi no sentido de que se fôr para liquidar, a empresa, não vale nada e como tal, os bancos não recuperariam nada.
A Alicoop pediu uma moratória a todos os bancos e fornecedores mas bastaria que um não desse, para ir tudo por água abaixo, mas nós corremos esse risco.
Havia a hipótese de a empresa se apresentar à insolvência ou ir pelo PEC, mas os riscos são muito maiores.
Houve um accionista que pediu a insolvência, porque nós não quisemos pagar-lhe tudo a ele de forma privilegiada. Foi declarada a insolvência porque levamos dois meses para abrir uma conta em nome da “massa insolvente” e não conseguimos fazer movimentos da conta da empresa para a da “massa insolvente”. Temos um contrato assinado com uma cadeia internacional para uma nova marca.
Na semana passada enviei uma carta aos bancos dizendo que se eles não autorizarem a transferência do dinheiro para as contas, fecharei as lojas no próximo fim-de-semana. Não houve qualquer resposta do banco até hoje.
Tenho que decidir se levo para a frente a obrigação ou não. Temos tido a posição favorável do Governo, dos Partidos Políticos, dos Sindicatos, da Segurança Social, etc. Tivemos que recorrer ao Fundo Segurança Laboral para pagar os vencimentos de Setembro e Outubro e irão processar Dezembro e o subsídio de Natal até final de Dezembro.
Custa-me a crer que uma empresa que tem tudo para ser viável e só não avança porque não há autorização do banco para a transferência das verbas das antigas contas para novas as da “massa insolvente”.
Por detrás disto, temos 480 famílias e alguns familiares. Casos há em que há marido e mulher a trabalharem connosco. E nós estamos proibidos de avançar com qualquer verba para minorar algumas situações muito graves.”
O Sr. Vereador Dr. Fernando Serpa interrompeu esclarecendo que “em primeiro lugar, quando pedimos esta reunião foi para manifestarmos o nosso apoio para que não desarmem, porque não é apenas para o que representa para Silves mas para o que representa para as pessoas que lá trabalham.
Damos a nossa preocupação, o nosso reconhecimento público, mas acho que toda esta situação está artilhada pois há somatório de dificuldades que são postos no vosso caminho em conseguir impedir uma gestão quotidiânea da empresa.
Se querem achincalhar a Administração com este fio condutor que depreendi, tenham a umbridade de o dizer. O que depender de nós, se adiantar, que o órgão político faça chegar à empresa, uma proposta subscrita por todos, aos bancos e ao Administrador Insolvente, nós aqui estamos para ajudar a minutar essa proposta.
Numa quadra festiva que atravessamos, em que as pessoas, e a empresa, não estão a encontrar eco da parte das instituições, é o mínimo que se pode fazer.”
O Sr. Vereador Dr. Rogério Pinto referiu que “pelo que foi relatado, a sua acção tem sido de herói e nós aqui, penso que todos, defendemos que temos que demonstrar a essas entidades a nossa preocupação. E são as pessoas que nos devem o maior respeito, devendo estar solidários.
Iremos fazer um pequeno texto manifestando a nossa preocupação, de uma forma solidária e sentindo o peso também para o órgão político de uma empresa que tem pernas para andar.”
A Sra. Vereadora Dra. Rosa Palma tomou a palavra manifestando que “partilho da vossa opinião, mas questiono se poderá haver algum retrocesso?”
Ao que o Sr. Presidente da Administração da Alicoop respondeu que “não. Compete à Assembleia de Credores a apresentação de um plano de reestruturação e nela pode aparecer alguém interessado em comprar ao desbarato. Isso só vem confundir e adiar o fim. Uma empresa sem capacidade de gestão vai-se destruindo todos os dias.
Considero até que os bancos estão encurralados pois foram eles que pediram os estudos económicos, que foram favoráveis, reconhecendo a viabilidade da empresa, mas ainda não decidiram nada, e o tempo vai se passando e a situação degrada-se de dia para dia.”
A Sra. Vereadora Dra. Lisete Romão interrompeu que “tenho dúvidas, o que me parece é que o acordo que os bancos assumiram interfere nalguma coisa nessa decisão.”
Em resposta, o Sr. Presidente da Administração da Alicoop tomou a palavra respondendo que “não, é apenas um fait – divers. É expectável que lá para 14 de Dezembro haja a primeira reunião de credores para aprovação do relatório final dos administradores que concordam com a viabilidade da empresa. É normal que o aprovem se é a própria administração de insolvência que diz para ser aprovado.
Depois irá ser aprovado o nosso plano já negociado com os bancos. Mas não há certezas.
Se tudo correr bem, em meados de Janeiro de 2010 veríamos o plano de insolvência aprovado. Mas um plano é um plano. Se ele correr bem, passado um ano pode haver uma reavaliação mas podem – se meter coisas imprevisíveis pelo meio.”
A Sra. Vereadora Dra. Lisete Romão tomou a palavra manifestando a sua concordância “com a proposta apresentada em conjunto, de salientar junto das entidades que a Câmara Municipal achar por bem, que está colaboradora, que mais não seja, moralmente com o desejo de recuperação desta empresa e, nomeadamente, das famílias que lá trabalham.”
Mais foi deliberado aprovar em minuta no final da reunião, as deliberações tomadas, nos termos do disposto no n.º 3 e para os efeitos do preceituado no n.º 4, do artigo 92.º da Lei n.º 169/99, de 18 de Setembro, republicado em anexo à Lei n.º 5-A/2002, de 11 de Janeiro.
----------E sendo treze horas e quinze minutos e nada mais havendo a tratar foi, pelo Sr. Vice-Presidente da Câmara, declarada encerrada a reunião da qual e para constar se lavrou a presente acta que foi aprovada e assinada em minuta no final da reunião por todos os presentes.
E eu
Directora do Departamento de Administração Geral da Câmara Municipal de Silves, a fiz lavrar, subscrevo e assino.
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Senhor Vereador,
ResponderEliminarPara quem procura credibilidade e é a face mais visível do PS não é aconselhável dar tantos erros ortográficos. Por exemplo: a propósito da empresa que fez o Estudo de Viabilidade da ALICOOP já aqui li que se chamava Deloite, Deloide e Diloite?! Não será porventura Deloitte?! Bastava uma simples pesquisa no Google para informar correctamente as pessoas. Quanto aos erros ortográficos, experimente escrever os seus artigos no Word do Office e depois fazer "copy / paste" para o Blogger. Vai ver que passa uma muito melhor imagem para as pessoas.
Para quando a demissão da administração?
ResponderEliminarNão sei se reparou, mas trata-se de uma transcrição da acta camarária...Reproduzi o que consta da acta.
ResponderEliminarE, mesmo assim, deixe-me dizer-Lhe que apenas duas pessoas dão apoio á Drª. Dina Boiona e fazem autênticos milagres.
Em relação à demissão da administração tenho dois comentários:
ResponderEliminarO primeiro tem a ver com o que se passou hoje em Lisboa. Não é altura para divisões.
Depois, é uma questão do foro intimo de cada administrador.
Dr. Serpa quando lhe parece que vai chegar a altura de tratar com respeito quem trabalha ?
ResponderEliminarNão lhe parece que estão a usar a desgraçada situação dos trabalhadores para atingir objectivos pouco claros?
Porque nunca foram estes trabalhadores manifestar-se à porta dos responsáveis pela dificil situação que estão a enfrentar?
Considerar um fiasco, viabilizar a Alicoop com a mesma administração, parece-lhe despropositado?
Se considera a demissão da administração uma questão do foro intimo de cada administrador,porque pede a solidariedade de todos nesta questão?
Faz algum sentido falar em viabilizar uma empresa com 80 milhões de dividas,que quer o apoio do estado,sem penalizar os responsáveis pela situação?
Já agora dr. Serpa diga-me,pretende continuar a fazer um bom trabalho de oposição ou vai continuar por muito tempo nesta vergonhosa postura,o sr. acredita na administração da Alicoop?
Dr. Serpa, o "à" escreve-se assim e diz-se "há 10/15 anos", pois é uma forma do verbo haver. Imagino que 2 pessoas para escrever a acta, a Drª Dina para corrigir e o Sr. para publicar não sejam suficientes, por isso envio os alertas. Qualquer cidadão consciente ficará sensibilizado com o conteúdo da reunião havida como Srº Dr.É que até ele reconhece que a empresa, se fôr liquidada, não vale nada! E o Dr. Rogério acha que ele é um heroi! Estes malandros dos bancos, que não sabem analisar as boas operações!
ResponderEliminarComo sabe, a boa regra da tradução, impôe que se reproduza sem introduzir quqlquer alteração.
ResponderEliminarDaí o texto aparecer, como ele consta da acta.
Esse anónimo que só fala em erros deve ser um daqueles dótóres tipo Ervas! Pelo que me parece a discussão não é sobre ortografia ou será que está envolvido no caso e quer contornar os factos???
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