segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
Alerta. A Cruz de Portugal corre o risco de se detiorar irreversivelmente.
Assim se protege o património cultural em Silves…
Vivemos tempos conturbados.
Por tudo e por nada, assistimos á vandalização de bens comuns, aparentemente pelo simples prazer de destruir. Os valores que ainda perfilhamos, são encarados por muitos, como simples relíquias do passado. Tudo passou a ser permitido.
Daí que, em recente reunião camarária, propus que a Cruz de Portugal recolhesse ao Museu Municipal, e no seu lugar fosse colocada uma réplica.
Acertado, pensei. Assim, se protegia a nossa ex libris de todo e qualquer tentação, seja ela destrutiva, através de grafites por exemplo, ou até mesmo o seu desaparecimento físico. Reparem que, ultimamente, tem sido notícia, um pouco por todo lado, o encaminhamento deste tipo de monumento para Países estrangeiros.
Situação lamentável mas real.
Mas existe outro aspecto que me levou a avançar com a dita proposta.Dizem os entendidos que, a Cruz se encontra num estado avançado de degradação e que, por tal motivo tem de ser intervencionada.
Nesse sentido remeto a vossa leitura para o seguinte endereço, elaborado por um perito, em 02-08-2009:
José Carlos Vilhena Mesquita algarvehistoriacultura.blogspot.com
"A humidade atmosférica, a chuva e a poluição, são actualmente os principais agentes corrosivos do frágil monumento".Ninguém duvide.
Não contava era com a resposta da Vereadora da Cultura e da Srª. Presidente que, pura e simplesmente descartaram a pretendida mudança, com o argumento de que o Monumento não consegue entrar no Museu.
Não aceito.
Por isso, preocupado como estou, na próxima reunião camarária, irei solicitar a intervenção do Ministério da Cultura para uma análise exaustiva da Cruz de Portugal.Pois,pretendo conhecer o seu estado actual.
E, claro está, voltarei à proposta da subsituição do origunal por uma réplica e a transferência daquele para o Museu.
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Isso não é novidade, eu fui a primeira pessoa aqui no seu blog a chamar a atenção para a cruz de Portugal abandonada na gravilha lembra-se? leiam de novo o que eu escrevi,o engraçado é que um pouco mais a frente está um " monumento " dedicado aos rotários elegantemente pousado na relva fresca e rodeado de flores, gostariamos de saber o porquê da diferença no tratamento, investigue e depois conte-nos , as pessoas de Silves agradeçem.
ResponderEliminarCumprimentos
detiorar?! ai minha nossa!! estamos bem entregues!! É só snobs
ResponderEliminarNão consegue entrar. Nem de lado?
ResponderEliminarQue tem que ser mudada, é uma realidade inadiável. Mas antes tem que ser reparada.
ResponderEliminarA vontade política é que não nos tem ajudado.
É de "cortar o coração" tudo o que se sabe cada vez mais pelos media, a falta de cuidado,o roubo infame, a falta de preservação do que é nosso, a nossa história,o nosso património cultural e religioso - os nossos monumentos...
ResponderEliminarAdoro História, por isso sinto assim.
As pedras dos nossos monumentos são palavras vivas escritas para a eternidade, um marco de identificação para o futuro, assim o considerou certamente quem já por cá passou, reis - senhores , e mandou construir. Sabemos que o tempo não perdoa,que as mentalidades mudam constantemente, mas quem tem responsabilidades políticas no pelourinho da Cultura e não só da sua zona, quem jurou assumir e fazer o seu melhor , tem o dever - sagrado, mesmo - de fazer tudo ao seu alcance para mandar preservar para o futuro o património histórico que os antepassados nos legaram e que nos identifica como país, povo, gente.
Desejo-te a melhor sorte do mundo nos teus empreendimentos.
Virei visitar-te de vez em quando, claro.
Parabéns pelo Blog. Força !
um abraço para todos
Sr. Vereador Fernando Serpa
ResponderEliminarÉ verdade o que diz sobre a substituição de monumentos originais por réplicas. Há por todo o lado bons exemplos disso. Mas faça, por favor, o seguinte exercício. Vá ao Museu Arqueológico de Silves e apreenda o seu discurso museológico. Vai reparar que o mesmo se organiza segundo uma lógica, a da sequência cronológica, certo? Agora relacione o período em que foi produzida a Cruz de Portugal (séc. XVI) com o espaço que no museu de Silves é dedicado a essa época. Acha que que naquela pequena sala do fundo, atulhada, cabe a Cruz de Portugal? Parece-me bem que não... nem o pé direito chega para a altura da Cruz (3,10m). Certamente que todos queremos encontrar uma maneira de preservar aquele ímpar monumento, mas certamente que não será enfiando-a a martelo num qualquer sítio, desprovida de um contexto coerente. Tem de convir que a mesma solução não serve todos os propósitos e cada caso é um caso que deve ser estudado tendo em conta as suas especificidades.
Espero que não insista nessa ideia de encafuar a Cruz dentro do Museu. O monumento precisa de espacço circundante para ser observado e admirado, precisa de individualidade, não pode ser mais um objecto no meio de um espaço cheio de ruído.
Não lhe parece que musealizar o monumento in situ será uma melhor opção? Criando uma estrutura digna que o valorize, equacionando um espaço onde o mesmo possa ser interpretado e a sua contextualização histórica retratada? Parece-me, sinceramente, que será uma melhor solução e não cheguei a ela sem ponderar a que assolou a sua mente, mas porque já penso no assunto há muito tempo, percebi quão inviável era a ideia de a deslocar para o Museu.
Já agora, estranho que quando referiu a sua preocupação quanto ao estado de conservação do monumento na reunião de Câmara, os seus colegas do executivo permanente não lhe tenham dito que esse diagnóstico está feito, não pelos técnicos da Câmara que para isso não são competentes, mas por especialista em conservação de pedra do LNEC. E, que, está em curso a adjudicação de trabalhos de conservação, seguindo as recomendações preconizadas no relatório realizado pelo LNEC. Fica a faltar a realizãção de um projecto que permita manter o imóvel em níveis de conservação aceitáveis.
Bem haja, Sr. Vereador, pela sua preocupação.