quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Escola Profissional de Agricultura do Algarve. Dezoito votos decidem o futuro de uma Instituição, ao que chegamos…

Alguns anos atrás, e se a memória não me atraiçoa, estávamos no ano de 1992 quando desafiado pelo Dr. Diogo Sebastiana, Presidente da Caixa Agrícola de Monchique, e grande dinamizador do Crédito Agrícola no Algarve, sugeri ao Sr. Francisco Vargas que se implantasse em Messines, uma escola agrícola, á semelhança da que existia na Lourinhã.
Para quem conheceu de perto este Ilustre Messinense, sabe que o Homem nunca perdia uma oportunidade de enriquecer a sua terra. Não estranhei assim que, com relativa facilidade, tenha conseguido mobilizar os seus colegas Directores das Caixas Agrícolas Algarvias para uma visita de estudo. O que vimos agradou imenso e com naturalidade fui mandatado para iniciar o processo.
Os princípios de base que norteavam o nosso projecto eram humanistas – cristãos que visavam a formação do aluno incutindo-lhe valores civilizacionais.
Infelizmente, não me foi possível continuar. A pedido da CCAM de São Bartolomeu de Messines tive de abraçar exclusivamente o seu contencioso e passar o testemunho ao Dr. José Paulo de Sousa.
Não irei relatar a história da Escola pois aguardo que tal seja feito por quem conduziu os seus destinos até ao enterro final.
Apenas direi que, ao longo dos tempos, enquanto Vereador, sempre tive um carinho especial na defesa dessa Instituição. Não sabia, nem contava com esta machadada final.
Estou profundamente transtornado…
Com foi possível chegarmos a este triste situação?
Segundo o Dr. José Paulo de Sousa, anterior Director, parece que a culpa é:
- da ministra de Cabo Verde que após visita à Escola fez queixa à Direcção Regional.
- do POPH que fechou ou vai fechar mais cedo.
- do Orçamento Geral do Estado que não dá verbas suficientes.
- da Direcção Regional de Educação que não comparticipa com verbas suplementares.
- da Direcção Regional de Educação por querer papeis que nunca quis em 18 anos.
- de um gabinete de arquitectos que não cumpriu prazos.
- da Câmara Municipal de Silves que não quis abrir mais os cordões à bolsa.
- da CCAM de Messines que este ano ainda não liquidou o subsídio.
- dos vizinhos que de vez em quando se queixam do ruído”. Vide o seu blog.
Talvez, talvez … mas há mais.
Não esqueço que quem está á frente da Colectividade tem a principal responsabilidade do encerramento e o Dever imediato de informar a Comunidade das razões que levaram a tão infeliz desfecho.
Desculpem que vos diga, em Dezembro passado, confrontado com rumores que iriam ser pagas elevadas indemnizações aos dois Directores para a saída destes dos cargos, solicitei á Presidente da Câmara os devidos esclarecimentos que foram prestados, pela actual direcção da Escola defunta, numa reunião que não pude estar presente. A Vereação foi esclarecida de que tal decorria da Lei. E, decorre mesmo…
Logo, quem saiu, recebeu o que lhe era devido, porque trabalhou para ter esse direito.
Claro está, tal acto de gestão pode ser discutido e analisado á luz da saúde financeira da Colectividade mas, ao sê-lo, entramos bem dentro da competência da actual Direcção e não dos Directores que saíram. Daí a minha insistência no esclarecimento que os Messinenses merecem e esperam.
Finalmente, permita-se-me que manifeste a minha grande estranheza pelo silêncio da Câmara Municipal e da Junta de Freguesia de Messines em todo este velório. Concordarão estas autarquias com o encerramento da Escola, tornando assim a Vila mais pobre? O que irão fazer para inverter a situação?
E, já agora o que fizeram?

Ousava sugerir á Direcção da falecida que na próxima Quarta se deslocasse á Silves para informar a Vereação do sucedido, tanto mais que se trata de uma reunião pública.

14 comentários:

  1. Ficamos todos a aguardar que o Coveiro nos diga o que aconteceu.

    ResponderEliminar
  2. No que me toca, irei tratar deste assunto na próxima reunião camarária.
    Aliás, recuso admitir que o executivo permanente soubesse, nada fizesse...e não tivesse informado a vereação permanente.
    Como também me arrepia se ficar a saber que a Junta de Freguesia de Messines nada fez para evitar o encerramento.

    ResponderEliminar
  3. Uma coisa eu lhe asseguro,Senhor Vereador, as pessoas são incompetentes, negligentes e irresponsáveis.
    Tal como o senhor Vereador diz, eu também gostava de admitir que as citadas entidades desconheciam a situação, porém parece-lhe isso lógico e racional?
    Já nada surpreende no nosso Concelho.

    ResponderEliminar
  4. Pela gravidade da situação, tenho o dever de aguardar as devidas explicações que irei solicitar através da Câmara Municipal.

    ResponderEliminar
  5. Caro Drº Serpa,
    Isto é um concelho completamente falido.
    Que infelicidade ser Silvense.
    Desista, não vai conseguir, acabará por ficar doente.
    Os podres são tantos...mas tantos...
    Só tenho uma alegria, nenhuma destas pessoas foi alguma vez eleita com o meu voto.
    Boa noite a todos

    ResponderEliminar
  6. Realmente, em Silves, talvez fruto de mentalidades arcaicas e obtusas, nada vinga, tarde ou cedo tudo morre.
    Tivemos um caso de relativo sucesso (até ver) que foi o da Alisuper e da Alicoop, que, parece estarem a querer ressuscitar das cinzas, graças ao esforço e envolvimento do Dr. Serpa e que, por ser do Grupo da Presidente, se não teve o seu apoio, por impedimento, é claro que mereceu o seu beneplácito.
    Tudo o resto vai morrendo aos poucos perante a negligência, a indiferença e a ignorância de quem comanda os destinos do Concelho.
    Pobre Concelho e pobres gentes que estão a ser vítimas das suas próprias atitudes e gestos ao terem dado o seu voto a quem não deviam.
    São tantos os casos por todo o Concelho, são tantas as falhas na (des)governação que, ao tentarmos comparar o a nossa terra com os concelhos nossos vizinhos dá vontade de chorar.
    O que acontece em Armação de Pera é gritante.
    O senhor Dr. Serpa, há anos no poder, como Vereador não permanente, aponta erros, ilegalidades e posturas condenáveis, porém, o que vemos, é que continua tudo na mesma, e, quiçá, talvez por teimosia, as coisas não melhoram.
    É caso para perguntar se os Silvenses não terão direito a serem felizes na sua terra, por causa dos interesses mesquinhos dum grupelho de meia dúzia de oportunistas..
    Acordem enquanto é tempo.

    ResponderEliminar
  7. Parece que esta direcção actual está a gerir a escola à menos de 3 anos!!!
    No post do sr. vereador é referido o pagamento de indeminizações aos anteriores directores, será sempre de questionar afinal porque sairam esses directores? Foram "despedidos" a meio do mandatato? Essa acho que será a 1.ª questão. Uma vez que tudo leva a crer que é aqui que tudo começa!!
    Então esta escola não é uma associação?
    As eleições não decorrem normalmente como em qualquer outra associação, ou seja termina-se o mandato e elegem-se novos corpos sociais?
    Porque é que sairam sem terminar o mandato e tiveram que ser indeminizados? A única questão a colocar será os lugares de direcção são comprados?? Não consigo perceber esta sucessão de directores.
    A outra questão que coloco porque também me fez alguma confusão quando ocorreu, é que esta escola segundo consta deu um curso de formação para adultos desempregados durante uma serie de meses, sendo que ao que parece o curso não estaria aprovado financeiramente e teve que terminar. Durante esses meses os alunos receberem elevados subsídios que a escola pagava e que seriam até superiores ao ordenado minimo!´Parece natural com estas situações que a situação financeira da escola tivesse algum dia que berrar!

    ResponderEliminar
  8. Como compreenderá, não sou a pessoa indicada para responder ás suas questões.
    Aguardo assim, que quem de Direito , entenda-se quem assim o decidiu, o faça

    ResponderEliminar
  9. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderEliminar
  10. Esclareço que a Escola Profissional do Algarve, única escola profissional no Concelho, foi encerrada no passado dia 31 de Agosto 2010, com três votos contra, duas abstenções e 13 votos a favor.

    ResponderEliminar
  11. Investigue quem ficou com chorudas indmnizações quando largou essa escola e práticamente a deixou a balões de oxigénio a partir desse dia.

    ResponderEliminar
  12. Legalmente, quem saiu tinha direito a receber.
    Até foi o entendimento de quem pagou...

    ResponderEliminar
  13. Balões de oxigénio???!!!
    Parece-me que está muito mal informado! Para tal basta aceder ao Blog do Dr. José paulo para confirmar se ficou a balões de oxigénio!
    Pela post colocado por este no dia que deixou a escola já lá vai algum tempo, os números que o mesmo diz terem ficado lá são tudo menos balões de oxigénio!, acho que quem deveria investigar primeiro era o caro anónimo, pois isto de querer fazer sempre dos os maus da fita e achar que todos os Messinenses são tapados tem muito que se lhe diga.

    ResponderEliminar
  14. Agora que a escola tem condições estruturais para funcionar é que as condições pessoais falharam!!!???
    (parece-me que esta escola já não funcionava lá muito bem, há pelo menos uns 10 anos...eu lá estava e senti que as coisas já não estavam lá muito bem, principalmente a nivel financeiro......por um lado nunca pensei que durasse tanto mas por outro nunca pensei que encerrasse tão cedo!!!!!!!!)
    Pessoalmente, tenho pena que tivesse encerrado, passei lá os melhores anos da minha vida, quer a nivel profissional, quer a nivel pessoal. Tive o privilégio de conhecer grandes profissionais e também grandes colegas....grandes amigos!!!!!
    Só gostava que "alguém" voltasse a colocar a escola a funcionar. Por favor,não vale a pena passarem as culpas de uns para os outros.... não resolve nada "lavar a roupa suja em publico" porque aí até chegaríamos ao 1ºministro......não vai resolver mesmo......isso vos garanto......neste pais nada se resolve e a escola continua fechada e isso é mau, principalmente porque a região fica mais pobre e mais fragilizada.....agora Messines deixará de ser falada e de ser conhecida......e não é isso que que querem pois não????

    ResponderEliminar