sexta-feira, 1 de março de 2013

Museu da Cortiça em agonia está desmembrado e repartido por Silves,Faro, e por …, gemendo em completa agonia.








Em 05-02-2012 tornei pública a minha preocupação que ora recupero:
“Como alguns sabem, no dia 23-09-2012, parte do empreendimento ”Fábrica do Inglês”, foi adjudicado à Caixa Geral de Depósitos, pela quantia de um milhão e trezentos mil euros. Concretamente, uma área de 5000m2, onde se falava que seria construído um hotel.
Poucos saberão que, parte do espólio, foi levado para o Arquivo de Faro, tendo a Câmara Municipal “disponibilizado os meios para esse fim”, conforme me respondeu hoje, na reunião camarária, o Presidente  Dr. Rogério Pinto.
Há cerca de dois meses quando questionei o Executivo Permanente sobre a existência de um protocolo celebrado entre o Estado Português e a Fábrica do Inglês, nada sabiam. Depois apareceu uma fotocópia, não assinada com um clausulado que ainda me atormenta o espírito.
Em 05 de Dezembro 2012, em sede própria, voltei ao assunto e a gestão Isabel Soares/Rogério Pinto, continuava a nada saber. Se o protocolo foi ou não assinado, e com que termos. Os da dita fotocópia ou outros?
Porque estamos a falar de um património de todos, os Silvenses têm o Direito de saber se existe protocolo, se foi assinado, por quem, e com que alcance.
Como também, como deixei registado em acta camarária, exijo saber se o depósito dos documentos em Faro é transitório ou não?
Quais foram os documentos que saíram de Silves para o Arquivo Distrital?
Como está a ser feita a conservação do espólio que ficou no Museu?
Que medidas de segurança foram adoptadas pela “Fabrica do Inglês”, Direcção Regional da Cultura, e pela Câmara Municipal, para proteger o que ainda se encontra no Museu, considerando o seu interesse publico? 
E, o que irá fazer.
Considerando que o espólio estava devidamente catalogado, descontando o material que foi para Faro, importa saber se o restante ainda se encontra dentro das quatro paredes do edifício do Museu?
E, quem é o responsável pelo espólio que lá permaneceu?
Aguardo assim que esta minha chamada de atenção, seja correspondida com os devidos esclarecimentos, e tomadas as medidas que se impõe para a manutenção e segurança do que ainda resta do Museu da  Cortiça, distinguido em 2001 com o prémio Luigi Micheletti para  melhor museu industrial da Europa”.
Pois bem,
Em princípios de Fevereiro corrente, o Dr. Manuel Ramos, Director do Museu aceitou o convite da Autarquia, e no Salão Nobre, esclareceu a Vereação Camarária sobre alguns dos aspectos atrás indicados:
Confirmaram-se os meus piores receios.
O espólio do museu e da Fábrica encontra-se espalhado por vários lugares da Freguesia de Silves.
Desconhecem -se ao certo a identificação de todas as peças que, fazem ou fizeram parte do espólio.
Existência de um protocolo que permitiu a transferência provisória de parte de espólio para o Arquivo Distrital de Faro, sem que se conheça a data do regresso. Nem tal se vislumbra possível, pelo menos de momento.
Furto de material e equipamento, tendo já sido apresentada uma queixa-crime na GNR …
Preocupado com o que estava a ser dito, propus que a Vereação se deslocasse ao empreendimento Fábrica do Inglês, tendo esta ocorrida no passado dia 13 de Fevereiro.
O que vi, é de facto arrepiante. Fantasmagórico até.
Surreal seguramente.
Não dá para descrever em palavras o que lá se encontra.
Talvez pela imagem…Talvez.
Reparem na violência das fotografias que tirei no dia da reunião camarária.
Tudo ao abandono.
Mesas e cadeiras em decomposição, porque ninguém se preocupou em recolhê-las, como assim se encontravam, assim ficaram.
Tenda destruída…
Tudo fechado á espera de um milagre, uma insolvência que tarda.
Ninguém faz nada.
Ninguém se responsabiliza pelo actual estado de degradação a que se chegou.
Ninguém é responsabilizado.
Tudo á semelhança do que se passa neste nosso Portugal à deriva.
Não posso aceitar esta situação. Propus e foi aprovado por unanimidade que a Câmara Municipal como accionista actuasse, e de imediato. Já que até ao presente nada fez.
Agisse.
Em primeiro lugar, junto dos accionistas. Perante o Grupo Nogueira, que através da Aliccop, tem uma participação a rondar os trinta por cento.
Tem que ser convocada de imediato uma Assembleia dos accionistas da Sociedade Fábrica do Inglês S.A. para que seja encontrada uma solução.
Os Bancos credores têm que ser contactados pela Autarquia, tanto mais que o local abriga um Museu de interesse Municipal, premiado internacionalmente, apetrechado com o património de uma comunidade que, importa a todo o custo preservar.
E urgentemente.
Antes que o resta do empreendimento seja penhorado, possivelmente pela Fazenda nacional, por não pagamento de IMI, á semelhança da parte nascente que já pertence à Caixa Geral de Depósitos.

1 comentário:

  1. Engraçado ver como enquanto a Fábrica estava aberta a maioria dos silvenses nada se preocupavam em tentar nutrir e puxar pela sua actividade, pelo contrário, sempre contestaram tudo e mais alguma coisa (quiçá inveja, sabe-se lá...). Também não percebo a estranheza. Perante um imóvel que está inutilizado estava à espera de ver coisas arranjadas e bonitas???

    ResponderEliminar